Terra Madre Brasil - Rede Nacional de Comunidades do Alimento

14/10/2008

Comunidades dos Doces – Terra Madre 2008

Escrito por: Chef Adriana Lucena

Há nos doces, Horatius, coisas que não deduz a tua vã filosofia.” Esta frase de Câmara Cascudo resume o que significa o doce para todos os povos, pois que “o doce visitava, fazia amizades, carpia, festejava. Não podia haver outra delegação mais legítima na plenitude simbólica da doçura”.

Nossa herança doceira veio com os portugueses, que por sua vez herdaram dos árabes os doces feitos de mel. Com a abundância do açúcar por estas terras brasileiras, o doce popularizou-se e passou a integrar a ementa nacional, baseada nos frutos nativos e/ou nativizados.

Veja a lista de comunidades brasileiras que trabalham principalmente com doces e que irão participar do Terra Madre 2008

  • MARMELADA DE SANTA LUZIA

Marmelada de Santa Luzia é um doce tradicional feito com marmelos encontrados na região de Luziania, no Estado de Goiás. A receita tem sido passada de pai para filho através das gerações. A fruta usada é uma variedade de marmelo Português (Cydonia oblonga Mill.) que se adaptou perfeitamente ao clima da área de Luziania. Os marmeleiros produzem frutas em Janeiro e Fevereiro, e os marmelos são pré-cozidos e armazenados em latas. A marmelada é produzida artesanalmente nas casas dos produtores durante todo o ano. A produção varia de acordo com os pedidos, mas as quantidades são mínimas já que o produto é vendido apenas localmente. A marmelada é produzida em tachos de cobre tradicionais. A marmelada é embalada em caixas de madeira típica, feita pelos próprios produtores, pois se preserva melhor quando em contato com a madeira, e uma fina camada se forma na parte superior. É consumida ao final das refeições como sobremesa, ou servida com queijos locais. Devido a uma produção semi-industrial de marmelada por empresas regionais, que importam variedades de marmelo de outras regiões (especialmente Santa Eusébia no estado de São Paulo), a produção artesanal da marmelada de Santa Luzia está diminuindo drasticamente. A comunidade é formada por 10 produtores artesanais da comunidade quilombola do Mesquita, em Cidade Ocidental, Goiás. Recebem o apoio da Secretaria de Agricultura do Município de Cidade Ocidental e Agência Rural. A marmelada de Santa Luzia é um dos produtos brasileiros na Arca do Gosto.

Área de produção: Cidade Ocidental, Goiás, Região Centro Oeste
Coordenador da comunidade: João Antonino Araújo

  • DOÇARIA TRADICIONAL DO RIO DE JANEIRO

A comunidade é formada por 50 famílias, cerca de 200 pequenos produtores de doces tradicionais, que se destacam pela qualidade de seus produtos e por manterem as tradições no modo de fazê-los. Eles recebem apoio do PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura familiar) e estão ligados às riquezas naturais das frutas tropicais e laticínios da região. A comunidade conta com uma pequena unidade de processamento de doces e compotas tradicionais como a goiabada cascão, goiabada cremosa, bananada, doce de leite, doce de leite com frutas e polpas de frutas

Área de produção: São Sebastião do Alto, Rio de Janeiro, Região Sudeste
Coordenador da comunidade: Iair Romualdo de Oliveira

  • DOCEIRAS DE MAQUINÉ

A comunidade é formada por agricultoras familiares nascidas no município e descendentes de italianos. Uma infinidade de produtos são feitos em forno de barro, como: rosquete, bolacha, broa, cuca, bolo, rosca, merengue e pães. Também são realizadas atividades com a criação de animais, horta e transformação de alguns legumes e frutas. Na comunidade são mantidos os saberes e práticas tradicionais da região, envolvendo desde a criação de animais até o manejo do forno de barro, que exige certa experiência das produtoras para atingir características de cor, sabor e textura estabelecidas pela tradição.

Área de produção: Maquiné, Rio Grande do Sul, Região Sul
Coordenador da comunidade: Eronita Isoppo Bonho

3 Comentários

  • 1. Juliana de Andrade  |  15.10.08 às 11:26

    Adriana….que surpesa!Era ignorante de quase tudo que vc escreveu…ufa

  • 2. maria elisa ducatti  |  24.10.08 às 6:23

    fiquei surpresa / sinto que estas notícias não sejam divulgadas em cidades grandes/ acredito que mts pessoas gostariam de teruma canal p/ divulgar seus quitudes grata pela s/iniciativa

  • 3. Jair Romualdo de Oliveira  |  20.11.13 às 4:59

    Me sinto orgulhoso por fazer parte dessa história.
    A nossa família é pineira nesta atividade no interior do Rio de Janeiro, no Municipio de São sebastião do Alto.
    Meu pai Iair Romualdo, mais conhecido como Xanda, levou onome da nossa comunidade de Valão do Barro para o mundo.
    Uns 9 meses depois desta viágem, ele foi para o outro da vida. Morro de saudade!!!

    Obrigado Meu PAI, por ter me permitido ser seu filho.
    Você me ensinou muito.
    Seu filho que te ama muito.
    Jair Romualdo de Oliveira

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