Terra Madre Brasil - Rede Nacional de Comunidades do Alimento

30/10/2007

Relato Poético

Claiton Freitas conta o Terra Madre em verso:

Claiton na cerimônia de abertura do Terra Madre

Deixamos nossa Bragança
às onze horas da manhã
trouxemos a esperança
despertada num divã
são três horas de viagem
só pensando no amanhã

Pegamos o avião
de Belém para Brasília
fiquei bastante chocado
com que de cima se via
matas sendo destruídas
pelo fogo que ardia

Será que o homem não vê
o mal que esse fogo faz
destrói a flora e a vida
de diversos animais
tomara que acorde logo
pra não ser tarde demais

Encontrar velhos amigos
de outros eventos tidos
falar de nossos anseios
foram temas preferidos
renasceram as esperanças
de ver sonhos resolvidos

No dia seguinte fomos
pra abertura do evento
Seu Bené entrevistado
já foi um grande momento
abrimos novos caminhos
pra nosso empreendimento

O Ministro do MDA
foi quem fez a abertura
o Presidente do Slow Food
também falou com bravura
no final as Encantadeiras
mostraram sua cultura

Terminada a abertura
nós fomos para o almoço
com o atraso ocorrido
virou um grande alvoroço
mas terminou tudo bem
pois tava tudo gostoso

Fomos para o hotel
pra descansar um pouquinho
pois na noite anterior
não dormimos direitinho
acordamos mais dispostos
pra enfrentar o caminho

No salão dos sabores
mostramos nosso produto
farinha dágua em paneiro
nossa estratégia deu fruto
todos queriam provar
e comprar a preço bruto

Vendemos alguns paneiros
e também artesanatos
tipitis, balaios e abanos
são os nossos artefatos
todos se admiravam
pra que servem os aparatos?

Quem provou nossa farinha
gostou muito do sabor
torrada, crocante, gostosa
elogiada com louvor
pois na sua qualidade
é que está o seu valor

Os encontros do Terra Madre
são uma questão dinâmica
na defesa desta terra
e da agricultura orgânica
se alimentar com prazer
nada de coisa mecânica

Fomos assistir ao filme
Seu Bené vai pra Itália
as experiências vividas
mostradas sem represália
todos se emocionaram
até perderam a fala

Assistimos às palestras
programadas pro encontro
temas diversos e ricos
discutidos ombro a ombro
relacionados à cultura
e alimento não pronto

Fizemos vários contatos
divulgando nossa terra
falamos da cultura
da beleza que se encerra
trocamos muitas idéias
aprendendo sem emperra

Na oficina do alimento
falamos da mandioca
da cultura e da importância
do alimento sem coca
na preservação da terra
pelo homem que se toca

A feira demonstrava
agricultura familiar
diversidade em produtos
prontos pra alimentar
conservando a beleza
e sabor bem singular

Vai encerrar o evento
vamos ficar com saudade
dos bons momentos vividos
e das boas amizades
tudo vai ficar marcado
com grande felicidade.

12 Comentários

  • 1. Maria de Nazaré Lima de Freitas  |  30.10.07 às 10:50

    Sou suspeita para falar do autor da poesia. Sou esposa dele. Mas adorei vocês terem colocado a poesia no site. Valoriza a participação de todos e suas habilidades.

    Um abraço,

    Nazaré Freitas

  • 2. joao antonino de araujo  |  30.10.07 às 11:41

    sou da comunidade da marmelada de Santa Luzia do Municipio de Cidade-GO, gostei do texto, pois o poeta relatou muito bem o que vem ocorrendo no meio ambiente e tambem sobre o Terra Madre Brasil, parabèns.

  • 3. Anastacio Fontele  |  30.10.07 às 11:57

    Este poema é verdadeiramente lindo.

  • 4. nilceia d'orazio  |  30.10.07 às 4:25

    Muito lindo!!!

  • 5. Eliane Niehues  |  31.10.07 às 6:56

    Maravilhoso Cleiton. Parabéns. Eliane (Comunidade do Pinhão -Lages – SC)

  • 6. Herundino Ribeiro do Nascimento Filho  |  31.10.07 às 10:49

    O poema do seu Claiton é simplesmente cultura, adorei e vou divulgar no meu programa de rádio chamado Baião de Dois pela FM Monte Roraima, por ser um programa de cultura nordestina, mas acho que se ele não for nordestino, deve ter um pezinho desta cultura. FENOMINAL!

  • 7. Pauline  |  31.10.07 às 4:58

    Olha, para mim esse foi o momento mais marcante do encerramento.
    No encerramento menos que na abertura, houveram muitas falas que pareciam estar distantes das discussões, das práticas e dos sentimentos.
    Essa poesia, acredito eu por ter sentimento, também despertou em mim sentimentos… Da mesma saudade que sentiria ao vir para Porto Alegre, da mesma gratidão de ter participado de todo esse movimento de idéias… Acho que falou por mim naquele encerramento.
    Abração pra todos

  • 8. Claiton freitas - autor dos poemas  |  31.10.07 às 6:54

    Bem, muito obrigado pelos elogios e quero dizer ao querido amigo Herundino que sou sim nordestino, de Cândido Mendes( Vila Barão de Tromaí) no Maranhão.

  • 9. ÉRICA  |  1.11.07 às 9:48

    O POEMA FICOU ÓTIMO, ELE NARROU PERFEITAMENTE TODAS AS EMOÇÕES VIVIDAS NOS DIAS DO ENCONTRO.MOSTRANDO TAMBÉM A RIQUEZA QUE É A CULTURA POPULAR BRASILEIRA.
    PARABÉNS!!!!!

  • 10. Aygara  |  3.11.07 às 5:50

    Muito bom….conseguiu descrever exatamente o que sentimos quando estivemos lá!!

  • 11. INALDO G. DE MENEZES  |  27.12.07 às 10:35

    No nosso entendimento o encontro foi simplesmente ímpar. Difícil encontrar coisas ou palavras que pudessem ser utilizadas para expressar o que realmente significou o encontro, mas com uma simplicidade enorme o Sr. Claiton conseguiu descrever tudo que aconteceu e que nós vivenciamos nos dias do encontro. Parabens Claiton, que deus continue te iluminando para que possamos ser presenteados com belessímos poemas como este.
    Prof. Inaldo Menezes
    DTR/UFRPE

  • 12. Roselice da Silva.  |  29.06.08 às 7:16

    Muito lindo mesmo o cordel do Sr. Claiton, me levou às emoções e sensações maravilhosas de ter participado da primeira edição do Terra Madre, em 2004.

    Parabéns!

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