A pluralidade da agricultura familiar e camponesa e as nuances da biodiversidade e da cultura alimentar brasileira integram o evento. Saiba mais: www.terramadrebrasil.org.br
O Slow Food e a Rede Terra Madre estarão presentes na Cúpula dos Povos e na Rio+20 com um objetivo bem definido: promover um debate mais prático, baseado na promoção de ações concretas de desenvolvimento sustentável que já vêm sendo realizadas no Brasil.
Saiba mais sobre a participação de algumas das comunidades de projetos de Santa Catarina no II Terra Madre Brasil
Dona Rosa embarca, toma assento e em pouco tempo encanta comissários e a tripulação, tamanha é sua simpatia e tão doce o seu semblante. É a primeira vez que viaja de avião. “Sempre olhava pra cima e dizia que aos 60 anos eu ia viajar naquilo”, conta ela que, aos 53, estava realizando o sonho de voar. O rumo é Brasília. Na capital federal, dona Rosa Nascimento, produtora artesanal de farinha de mandioca do litoral catarinense, foi encontrar centenas de produtores como ela, trocar experiências, estabelecer contatos comerciais. Protagonista da gastronomia tal qual um chef de cozinha, dona Rosa é expressão da máxima “Comer é um ato agrícola”, um dos pensamentos essenciais do Movimento Slow Food. Clique para ler o texto completo »
O nome é estranho, mas o sabor é sensacional. O socol, um embutido de carne de porco originário da Itália (mais especificamente, na cidade de Vêneto), foi mais um dos produtos que o C&B conheceu no II Terra Madre Brasil. Quem explicou tudo pra nós foi a Rita de Cássia Bernardete, mais conhecida como Nonna (vovó em italiano). Ela é membro de uma das 19 famílias integrantes do programa Circuito do Agroturismo, na cidade de Venda Novado Imigrante, no Espírito Santo.
O local é famoso por sua colônia de imigrantes italianos e descendentes, que costumavam fabricar pães, fubá, macarrão e outras delícias em casa. A culinária caseira acabou virando opção de emprego e renda a partir do Circuito, no qual as famílias recebem os turistas em casa. Lá, os visitantes têm à disposição licores, doces, compotas, antepastos, bolos, biscoitos, café, vinhos, queijos e outros produtos, tudo artesanal. A especialidade da família da Bernardete é o socol, que tem esse nome porque, antigamente, era feito com “ossocolo”, ou carne de pescoço do porco. Hoje, para deixar o produto menos gorduroso, a Nonna explica que o embutido é feito como lombo. Clique para ler o texto completo »
Casa de farinha do Sr Reizinho - Comunidade Quilombola dos Paus Altos (Foto: DoDesign-s)
A Comunidade de Paus Altos desenvolve atividades de geração de trabalho e renda, voltadas para melhoria da qualidade de vida da população. São produzidos pelos grupos alimentos utilizando os recursos naturais da própria comunidade. O mel é produzido pelo Grupo de Jovens Apicultores que trabalha a extração racional de mel da apis mellifera. O beiju, bolachinha e tapioca são produzidos de forma artesanal pelo grupo de mandiocultores, a maneira de produzir e os equipamentos muitos ainda são os mesmos utilizados pelos nossos pais e avós. Os doces e compotas são produzidos por Sete Damas que resgatam o oficio das nossas antepassadas de produzirem doces utilizando as frutas da região, essas mulheres que acabam dando sua doçura aos seus produtos vem desempenhando um importante papel no processo de emancipação feminina na comunidade. Todos os produtos com exceção do mel atualmente fazem parte do cardápio da alimentação escolar no município de Antonio Cardoso, e isso enche os alunos da comunidade de orgulho por ter os produtos de seus pais na alimentação escolar. É comum entres eles perguntarem na escola: “tá bom? Foi minha mãe que fez”.
Paus Altos é uma comunidade rural remanescente quilombola (em processo de reconhecimento), localizada na porção norte do território de Antonio Cardoso, município do semi-árido baiano. O nome Paus Altos surgiu por conta das grandes árvores que formavam a caatinga dos Paus Altos, às margens do riacho do Mocó e que adentravam ao tabuleiro. Essa vegetação formada em sua maioria por tapicurú, pau-de-fuso, candeia, quixabeira, aroeira, baraúna dentre outras vegetações nativa, ocupavam toda a comunidade, o que possibilitava uma grande concentração de abelhas que utilizavam as flores para a produção de mel. A comunidade tem sua configuração espacial marcada pelo uso das terras e muitas características predominam desde o período da escravidão dos negros africanos no Brasil que também ocorreu no município. Clique para ler o texto completo »
Durante os quatro dias do II Terra Madre Brasil, os participantes tiveram direito a almoço e jantar no próprio local do evento. As refeições, preparadas segundo os preceitos do Slow Food, foram elaboradas pela equipe da Gastromotiva, um projeto de capacitação e inclusão de jovens de baixa renda por meio da gastronomia. A iniciativa foi criada por David Hertz, chef de cozinha e professor da Universidade Anhembi-Morumbi.
Tudo começou em 2004, quando ele foi convidado para desenhar a cozinha do Instituto Lina Galvani, que atua em São Paulo. A partir daí, criou o “Cozinheiro cidadão”, programa de formação profissional de auxiliares de cozinha na favela do Jaguaré (SP). No ano seguinte, fundou a Gastromotiva, reconhecida como Oscip em 2008. Hoje, a organização oferece, além de cursos gratuitos, serviço de bufê e produtos como colheres e pratos estilizados. “Encontrei minha missão de vida e caminho profissional. Temos cursos profissionalizantes, dois novos em funcionamento desde abril de 2010, cada um com turma de 35 alunos. Além dos cursos, estamos abrindo espaço para a rede empreendedora nacional através da incubadora de negócios sociais inclusivos”, comemora. Pelo trabalho na Gastromotiva, Hertz ganhou o Prêmio Empreendedor Social de Futuro 2009. Clique para ler o texto completo »
Na feira do II Encontro Terra Madre Brasil, onde os produtores convidados divulgavam seus trabalhos, o C&B conheceu a araruta, um rizoma (espécie de caule diferenciado e quase sempre subterrâneo) de aparência desengonçada e com rico potencial culinário. A araruta é um típico exemplo de produto negligenciado frente à massiva popularização de outros – nesse caso o trigo, cuja farinha, ao longo dos anos, tornou-se quase onipresente nos lares, restaurantes e na indústria. Clique para ler o texto completo »
Em abril de 2010 aconteceu a III Festa do Licuri, promovida pela Cooperativa de Produção da Região do Piemonte da Diamantina (Coopes), no município de Várzea da Roça (BA). Licuri, que o C&Bconheceu no II Terra Madre Brasil, é a amêndoa do fruto de uma palmeira nativa de nosso país, típica do clima árido da caatinga. A espécie espalha-se do norte de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco até Alagoas e Sergipe.