Terra Madre Brasil - Rede Nacional de Comunidades do Alimento

6/07/2010

Araruta: sabor brasileiro esquecido e resgatado

Texto de Adriana Martins

Na feira do II Encontro Terra Madre Brasil, onde os produtores convidados divulgavam seus trabalhos, o C&B conheceu a araruta, um rizoma (espécie de caule diferenciado e quase sempre subterrâneo) de aparência desengonçada e com rico potencial culinário. A araruta é um típico exemplo de produto negligenciado frente à massiva popularização de outros – nesse caso o trigo, cuja farinha, ao longo dos anos, tornou-se quase onipresente nos lares, restaurantes e na indústria. A araruta é um alimento brasileiro que se encontra em vias de extinção e que vem conquistando mercado garantido entre chefs e amantes da culinária.

Também por isso, a fécula de araruta, por exemplo, é mais cara do que a de mandioca. Isso leva alguns produtores desonestos a vender fécula de mandioca como se fosse de araruta – a primeira, ao contrário da segunda, é rica em amido e rende mais. O alerta foi feito há algum tempo pela culinarista Neide Rigo em seu blog Come-se.

Quem deseja adquirir derivados verdadeiros da araruta pode entrar em contato com Pedro Augusto Borges Coni, da Aporba (Associação de Produtores Orgânicos do Recôncavo Baiano, no município de Conceição do Almeida-BA), pelo e-mail contatoararuta@hotmail.com. Foi ele o convidado a apresentar a araruta no Terra Madre. Originária das regiões tropicais da América do Sul, a planta da araruta ocorre em toda a área costeira das Guianas até o Rio de Janeiro. A sabedoria popular atribui propriedades medicinais ao rizoma, do qual se faz goma, polvilho, farinha e fécula – essa última usada também como complemento alimentar, por seu valor nutritivo.

Uma ótima particularidade dos derivados da araruta é que não contém glúten. Assim, pessoas que sofrem da doença celíaca (intolerância ao glúten) podem se fartar com bolos, biscoitos, mingaus e outros pratos feitos com farinha de araruta.

Texto publicado na coluna Comer&Beber do Diário do Nordeste, em 23/4/2010

 

14 Comentários

  • 1. Eva Célia de Oliveira  |  9.07.10 às 4:45

    Mais uma vez parabenizo a Terra Madre pela ousadia e tenacidade com que defende o patrimônio alimentar cultural Brasileiro.Fora USA! Gastrónoma. Eva

  • 2. Cristiano  |  24.02.12 às 3:38

    Esses dias me veio esse nome na cabeça
    n me lembro de te lo ouvido em algum
    lugar, fiquei impressionado e curioso
    gostei muito de conhecer sua
    historia e espero q ela não
    entre em extinção

  • 3. SYLVIA CARVALHO  |  14.03.12 às 6:38

    Vamos resgatar nossas origens, chega de Springles, nossos sabores são melhores e mais saudáveis!

  • 4. Maria Weber  |  25.03.12 às 2:37

    Lembrei-me que quando crianca comia um biscoito chamado de “Biscoito Palito” muito delicioso, que era vendido na Padaria da pequena cidade do sul da Bahia, onde morava. Geralmente era o primeiro biscoito que as criancas comiam por ser facio de segurar e certamente tambem por ser muito nutritivo. Nunca vi este biscoito em Salvador.

    Como gosto muito de platar gostaria de saber como faco para coseguir uma muda.

    Obrigada pela atencao.

  • 5. Alan  |  1.04.12 às 5:43

    Muito interessante o assunto, mas se não divulgarem receitas com o ingrediente o consumo não vai aumentar. Estou procurando pois comprei no mercado, e agora não sei se é realmente araruta e não sei se posso usar para fazer tapioca por exemplo.

  • 6. Edsa Mello  |  11.07.12 às 8:57

    Eu ADORO!!! biscoitos de araruta!. Sou do Rio de Janeiro. Nunca mais consegui encontrar a farinha de araruta. Era vendida em pequenas caixinhas, assim como fécula de batata e creme de arroz. Essas duas últimas, ainda encontro, nas mesmas caixinhas, mas a araruta desapareceu.
    Onde posso encontrar a farinha?

  • 7. Edsa Mello  |  11.07.12 às 9:01

    Ah! Mais um comentário! O nome araruta vem do inglês “arrow root”, raiz de flecha. Não porque a raiz se pareça com uma flecha, mas porque a fécula de araruta era aplicada diretamente sobre ferimentos causados por flechadas.

  • 8. MANUEL ANTUNES DOS SANTOS  |  12.12.12 às 7:04

    Gostei muito da matéria, sempre escutava falar de araruta mas não conhecia. Espero que não entre em extinção. Os sabores de nosso País não existe em lugar nenhum, vamos dar valor o que é nosso MADE IN BRASIL COM SSSSSSSSSSSSS.

  • 9. flneto l 22hs40 de 13.12.2012  |  13.12.12 às 10:53

    nota 10, foi bom demais ; agora vamos a captura da dita… aqui na paraiba creio sera dificil…ah foi assistindo um culto Evangélico que houvi elogios á araruta feitos pelo pastor:curou a fraqueza da filha com mingau de araruta…como estou na idade do mingau…

  • 10. Ana  |  2.09.13 às 9:19

    Gostaria dencontrar araruta,qdo criança comia o mingau,ainda lembro, era delicioso!!

  • 11. João Wesley  |  11.09.13 às 5:11

    Moro no leste Catarinense e não consigo encontrar a verdadeira Araruta. Já estive em Curitiba, e também não encontrei. Alguém pode me indicar onde posso encontrar por aqui por perto?

  • 12. Katia  |  10.10.13 às 12:37

    Qual é o nome da farinha de araruta em Ingles, n?o acredito que eu encontre no mercado “arrow root flour”, vivo nos EUA, e hoje me perguntaram qual era o meu biscoito favorito, como boa Brasileira que sou, claro que tive que dizer que era o biscoito de araruta. Agora gostaria de comprar a farinha para fazer o biscoito e levar a essa reuni?o que fazemos na igreja todas as 4a. Feiras

  • 13. IRANI de SOUZA PORTILHO  |  28.10.13 às 3:46

    Meus sinceros parabéns a toda Equipe do TERRA MADRE e para a turma da Bahia, principalmente aos bravos produtores da APORBA e Pedro Augusto Borges, por valorizar cada vez mais nossos produtos e nossa culinária da gente Brasileira.Como Engenheiro Agronomo nestes 37 anos de atividades, e desde 1994 incentivador e multiplicador de conhecimentos no MUNDO ORGANICO, aqui em Curitiba, insistentemente provoco aos produtores que ainda relutam para ingressar no nosso caminho de produzir sem venenos e conhecer melhor nossos potenciais de cultivos….Felizmente já podemos encontrar alguns apoios a esta atividade.Fui uma das pessoa que lutou para criar a Feirinha do Passeio Público aos sábados e atualmente já existem mais de 8 locais com apoio da Prefeitura…ainda é pouco….diante do avassalador consumismo com produtos convencionais…mas…estamos prosseguindo e perseguindo estes valores. Particularmente estou na REDE CIRANDAS.net…e diante de diversos pequenos EMPREENDIMENTOS SOLIDARIOS em especial atendendo pequenas cooperativas de agricultores familiares que , lamentavelmente não chegam a ter mais de 15% de associados no sistema ORGANICO
    Sigam em frente..Em breve irei solicitar apoio para conseguir mudas de ARARUTA para nossos produtores…de minha parte quero enfatizar que minha busca já tem mais de 4 anos com a multiplicação de JARACATIÁS ou o MAMÃOZINHO do MATO

  • 14. Paulo Felske de Moura  |  20.11.13 às 5:27

    Nasci no RJ e fui criado comento biscoito e outros pratos preparados com araruta … achava-se com facilidade antigamente, hoje em dia, só na Casa Pedro, no Rio e em São Paulo compra-se por R$ 8,00 o kilo na zona cerealista de São Paulo, rua Santa Rosa, não fazia a menor ideia de qual era a sua origem, para quem não conhece, trate de conhecer, porque é incomparável, não acreditem que é igual a amido de milho porque não é, quem sabe com mais gente procurando, a Araruta volte a aparecer nos mercados. Viva a Araruta!!

Ecogastronomia Extinção de espécies alimentícias Programação detalhada do eventoVozes do Terra Madre Voluntários
Realizado por:
Slow Food
Em colaboração com:
Regione del Veneto IMCA
Educação em FocoFunarte
Em parceria com:FIDA
SIDMINCSDTMDABrasil - Governo Federal
DoDesign-s Design & Marketing

» Terra Madre Brasil | Acessar

© 2010 Todos os direitos reservados aos autores das fotos e textos.
Não é permitido reproduzir o conteúdo deste site sem citar a fonte, link e o autor.


Fatal error: Uncaught Error: Call to undefined function eregi_replace() in /home/slowfood/public_html/terramadre/wp-content/plugins/bdprss/bdp-rssfeed.php:227 Stack trace: #0 /home/slowfood/public_html/terramadre/wp-content/plugins/bdprss/bdp-rss-update.php(42): BDPRSSFeed->parse() #1 /home/slowfood/public_html/terramadre/wp-content/plugins/bdprss/bdp-rss-aggregator.php(141): BDPRSSUPDATE::update(Object(stdClass)) #2 /home/slowfood/public_html/terramadre/wp-content/plugins/bdprss/bdp-rssaggregator-db.php(395): BDPRSS2::update(Object(stdClass)) #3 /home/slowfood/public_html/terramadre/wp-content/plugins/bdprss/bdp-rss-aggregator.php(130): BDPRSS_DB->updateOldest() #4 /home/slowfood/public_html/terramadre/wp-includes/class-wp-hook.php(287): BDPRSS2::updateOldest('') #5 /home/slowfood/public_html/terramadre/wp-includes/class-wp-hook.php(311): WP_Hook->apply_filters(NULL, Array) #6 /home/slowfood/public_html/terramadre/wp-includes/plugin.php(478): WP_Hook->do_action(Array) #7 /home/slowfood/public_html/terramadre/wp-includes/ in /home/slowfood/public_html/terramadre/wp-content/plugins/bdprss/bdp-rssfeed.php on line 227