18/06/2008
Chef Adriana Lucena – Terra Madre 2008
Adriana Lucena é formada em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, fez mestrado em Direito Comunitário na Universidade Clássica de Lisboa e escolheu como tema de sua tese a Política Agrícola.
Quando voltou ao Brasil, deu aulas em uma universidade particular mas, não conseguiu se satisfazer e decidiu fazer o que gostava. Foi morar no campo e plantar pimentas em favor da boa saúde mental, somando à sua paixão por cozinhar.
Adriana é adepta à filosofia do Movimento Slow Food, líder do Convivium Potiguar e uma dos doze Chefs de Cozinha que irão representar o Brasil no Terra Madre 2008. Se diz muito feliz e realizada em poder interagir diretamente com mais de 8 mil pessoas comprometidas com a ecogastronomia, a conservação e uso sustentável da biodiversidade e a valorização da diversidade cultural.
Veja a entrevista com a Chef Adriana Lucena
Qual a importância da sua participação no Terra Madre 2008?
Adriana – Participar do Terra Madre me trará conhecimentos sobre tecnologias de cultivo de outros povos, os sabores, o “saber fazer” de outras pessoas e, acima de tudo a alegria de estar preservando nosso patrimônio gastronômico e compartilhando com o resto do mundo.
Além do conhecimento de tecnologias de cultivo de outros povos, o que mais você esperar aprender?
Adriana – Me interesso por tudo que é novidade e que eu não tenho conhecimento. Sou curiosa, ansiosa, e sempre quero ler tudo, principalmente sobre permacultura e técnicas de produção de queijos, minha grande paixão na gastronomia. Gostaria muito de passar algum tempo em uma comunidade de queijos na Itália para aprender tudo que puder.
E em relação ao Movimento Slow Food, qual seu objetivo? Tanto pessoal, quanto profissional?
Adriana – Minha vida já é isso: Slow Life! Desde que abandonei a carreira de advogada e professora universitária para ir morar no campo plantando pimentas, decidi ter uma vida slow. Descobri o movimento e nunca mais pensei em minha vida separada dele, tanto é que, o lado profissional só existe porque hoje está vinculado à filosofia slow.
Você participa de algum outro projeto relacionado à Gastronomia e Meio Ambiente?
Adriana – Não. Cansei da hipocrisia da cidade grande, inclusive em relação aos que manipulam “os poderes”, principalmente em questões relacionadas ao meio ambiente. Apenas faço a minha parte: refloresto com plantas nativas, pois o IBAMA não fornece mudas e, uso as ervas nativas em extinção na minha gastronomia. Eu vivia falando, reclamando dos outros e nada fazia, então decidi fazer, este é o meu projeto: levar o que faço para os pseudo-projetos que estão ai!
De que forma você contribui para ajudar ou incentivar os pequenos produtores da sua região a divulgarem os seus produtos?
Adriana – O meu produto é o molho de pimenta e faço a divulgação dele sozinha. A minha comunidade tem apenas 125 pessoas mas, muitas coisas, pequenas e não visíveis, foram acontecendo depois da minha chegada. Por exemplo, ninguém mais joga lixo na estradas e nas plantações. Aliás, um dos poucos produtores de orgânico do Rio Grande do Norte tem uma fazenda bem perto da minha, hoje somos parceiros e recebi um convite para integrar a feira a partir de agosto.
10 Comentários
1. nilceia d'orazio | 19.06.08 às 10:27
Adriana,
a você meu abraço e minha admiração.
2. Joao Antonino de Araujo | 19.06.08 às 1:21
Olá Adriana, que bom escolher esta area de agricultura onde toda humanidade depende dela, ainda bem que voce acordou cedo para colaborarc/a agricultura. parabens.
3. Eliane dos Reis Niehues | 19.06.08 às 4:17
Adriana tive a oportunidade de te conhecer no Terra Madre Brasil, você é maravilhosa e parabéns pela entrevista.
4. Herundino Ribeiro do Nascimento Filho | 19.06.08 às 5:21
Carissima Adriana,
Fico feliz com a sua participaçao e com a sua historia, também por sua atuaçao com as pimentas que é a minha paixao, pois sou da comunidade das pimentas de Roraima, atualmente estou trabalhando na Universidade Federal de Roraima – UFRR como professor do Núcleo de Formaçao de Professores Indigenas -Insikiram, e como pesquisador de pimentas.
Tenho entre outros lançado recentemente um artigo sobre Pimentas do Genero Capsicum cultivadas em Roraima – Hábitos e formas de uso. Na revista cientifica ACTA AMAZONICA, do INPA. Disponibilizo a todos em PDF. Boa viagem aos que forem,
Um abraço ardente,
Herundino
5. laércio sartori | 24.06.08 às 9:57
Adriana que prazer ler este artigo, sabe que estou fazendo excelentes molhos com pimentas graças a algumas dicas suas, abraços e muita sorte…. talento tens de sobra….
6. Beth Beltrao | 5.07.08 às 7:22
Oi Adriana
Fiquei muito feliz com sua ida para o Terra Madre. La precisa tambem de pessoas como voce que honram nossa gastronomia com sinceridade objetivo e prazer. Parabens nos encontramos la. Muito grata pelo comentario no site
Um grande abraço e acredito que poderemos contribuir da melhor maneira possivel e trazer conhecimentos inesqueciveis. Ja tive opotunidade e nao sei explicar como foi bom
Beijos
Beth Beltrao
7. Comunidades dos Doces - T&hellip | 14.10.08 às 5:07
[…] Escrito por: Chef Adriana Lucena […]
8. Paulo Fernando Melo da Costa | 20.10.08 às 7:35
Já a admirava há tempos.Agora ainda mais colocar em prática aquilo que acredita e verdadeiramente faz.
Um cheiro apimentado
Paulo Fernando, Rebeca, Plínio e Marília
9. Eufrânio Nunes da Silva | 20.01.09 às 2:26
Olá Adriana,
Estive em Natal, na casa de seu Pai Jardelino, ele comentou que você estava dedicando a gastronomia, hoje estava lendo sobre o “movimento Slow Food” é muito legal. é alem da gastronomia.. Parabéns…
Eufrânio
Brasilia-df
10. Edimilson-IRPAA | 26.01.09 às 11:56
Oi, Adriana!!
Foi uma prazer lhe conhecer, e o pouco que conversamos foi legal.
Espero poder lhe re-encontrar mais vezes….
Abraço