21/09/2008
Comunidades do Queijo Artesanal – Terra Madre 2008
“O queijo feito com leite cru (não-pasteurizado) é mais do que um alimento maravilhoso, é uma expressão profunda de nossas tradições mais valiosas. É tanto uma arte quanto uma forma de vida. É cultura, patrimônio e ambiente estimados. E está em risco de extinção! Em risco porque os valores que ele expressa são opostos à sanitização e homogeneização dos alimentos produzidos em massa.”
O texto acima faz parte do Manifesto Slow Food em Defesa dos Queijos de Leite Cru, lançado em 2001. Foi assinado por mais de 20.000 pessoas e seu grande sucesso restabeleceu a confiança e a dignidade a inúmeros produtores de queijo no mundo todo.
No dia 15 de maio de 2008, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) aprovou o registro do modo de produção do Queijo Artesanal de Minas como patrimônio imaterial brasileiro. O processo levou cerca de 07 anos, iniciado pela Secretaria de Cultura de Minas Gerais em 2001. Foi um grande avanço, mas as comunidades que produzem tradicionalmente os queijos artesanais típicos das regiões do Brasil (queijo minas, queijo serrano, queijo de coalho) lutam diariamente para defender e valorizar o seu produto.
As comunidades brasileiras do queijo artesanal que participam do Terra Madre 2008 são:
- QUEIJO MINAS ARTESANAL DA SERRA DA CANASTRA
A APROCAME – Associação dos Produtores de Queijo Canastra de Medeiros – é composta por 28 famílias, aproximadamente 400 pequenos agricultores produtores de leite que é destinado à fabricação do queijo minas artesanal Canastra. A maioria trabalha com o queijo como principal atividade, mas alguns produtores também criam porcos, cultivam café, feijão, milho e grãos para consumo e venda dos mesmos. O queijo minas é feito também em outros sete municípios, porém, é através da APROCAME que está começando a ser levado para outras cidades, por enquanto a maior parte da comercialização é feita por atravessadores. A tradição do queijo minas artesanal já dura mais de 200 anos e começou com o intuito de aproveitarem as sobras de leite. Hoje se tornou um produto que representa a cidade de Medeiros e virou uma atividade familiar com grande geração de renda. Em 2008, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) aprovou o registro do modo de produção do Queijo Artesanal de Minas como patrimônio imaterial brasileiro.
Área de produção: Medeiros, Minas Gerais, Região Sudeste
Coordenador da comunidade: Luciano Carvalho Machado
Leia mais sobre o Queijo de Minas Artesanal
- QUEIJO SERRANO DOS CAMPOS DE CIMA DA SERRA
A comunidade é composta por agricultores familiares que trabalham com pecuária e tem o queijo serrano artesanal como a principal fonte de renda das famílias da região. A produção do queijo é feita em pequenas quantidades diárias nos estabelecimentos rurais utilizando mão-de-obra familiar, sendo o homem responsável pelo trato e ordenha das vacas e a mulher pela fabricação do queijo. A população que ocupa o território é de origem portuguesa, e o queijo serrano faz parte da culinária típica e do consumo diário das famílias. Além disso, é muito apreciado também nas regiões de colonização italiana e litorânea do território. A comercialização do Queijo Serrano é feita em sua grande maioria através de intermediários, além dos próprios produtores, varejistas e nas fazendas. A comunidade tem como objetivo preservar o saber tradicional, qualificar o processo artesanal garantindo a segurança alimentar, proteger os direitos de produção aos pecuaristas familiares, criar mecanismos de diferenciação do Queijo Serrano Artesanal no mercado e agregar valor ao produto.
Área de produção: Bom Jesus, Rio Grande do Sul, Região Sul
Coordenadora da comunidade: Jurema Batista Velho
Leia mais sobre o Queijo Artesanal Serrano
1 Comentário
1. luzia pires | 12.05.09 às 1:57
já li sobre seus produtos maravilhosos, gostaria que entrasse em contato comigo e me contasse sobre a gila que tenho muito interesse em conhecer. beijos luzia